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Por Sucena Shkrada Resk (Blog Cidadãos do Mundo)

O professor Ismar de Oliveira Soares, mestre e doutor em Ciências da Comunicação, durante bate-papo com o Blog Cidadãos do Mundo, fala sobre as recém-criadas licenciatura em educomunicação e especialização na Universidade de São Paulo (USP), das quais é coordenador, e do panorama da formação na área no Brasil. Desde 1996, desenvolve ações voltadas à difusão dessa área do conhecimento, no Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicações e Artes (NCE/ECA/USP). A conversa aconteceu, durante o Encontro Paralelo de Educomunicação, no VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, em 28 de março, na cidade de Salvador.

Blog Cidadãos do Mundo – Como ocorreu o processo que levou à decisão de se constituir o curso de licenciatura em educomunicação na USP?

Ismar de Oliveira Soares – A criação da licenciatura foi resultado de um trabalho que a própria universidade construiu, desde o início dos anos 90 até recentemente. Entre 1989 e 1991, realizamos o primeiro curso de especialização em educação e comunicação, e a partir de então, começamos a desenvolver alguns programas, como da criação da revista do segmento e do curso de gestão de processos comunicacionais. Formamos 30 turmas e somado a isso, algumas pesquisas do universo imaginário, de quem trabalhava a relação de educação e comunicação, de uma forma alternativa à já constituída nos sistemas tradicionais. E com a identificação da educomunicação como uma prática social bem definida, em termos teóricos e mercadológicos, coube ao próprio NCE/ECA/USP, o diálogo com a sociedade e com o poder público, que resultou em cursos que atenderam a cerca de 30 mil pessoas, entre 2000 e 2010. Tudo isso levou a universidade a refletir sobre sua posição de trazer a discussão para a graduação.
Com isso, reconhece que existe um saber profissional a ser compartilhado, porque a graduação existe em função de saberes e práticas de atendimento às necessidades da população.

Blog Cidadãos do Mundo – Qual é o objetivo deste curso e o que ele agregará ao profissional que se formar nele?

Ismar de Oliveira Soares – A educomunicação foi reconhecida pela USP como campo de interface entre a educação e comunicação. Ao criar a graduação, inicialmente, desenhamos um perfil de curso para bacharelado, em que o especialista trabalharia como contratado, consultor na interface na mídia no terceiro setor e na própria assessoria de escolas. No entanto, entendemos que o bacharel tem dificuldade de entrar no espaço escolar, que é aberto ao licenciado. Identificamos, que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), nos parâmetros curriculares, especialmente no ensino médio, identificava a comunicação como área de interesse para 25% de sua grade curricular . Entretanto, ninguém preparava o profissional para assumir esse papel. O próprio Ministério da Educação, com a divulgação desse coeficiente comunicativo, tratava isso como informática educativa. Não entendia a dimensão da própria legislação. A falta desse profissional foi sentida a partir dos anos 90. Então, a graduação assumiu a figura de licenciatura híbrida, neste curso. Forma o professor para dar aula em escolas de ensino médio, como também, o consultor da mídia e do terceiro setor. Já estamos na segunda turma de iniciantes no curso.

Blog Cidadãos do Mundo – Há outros cursos universitários na área de educomunicação no Brasil?

Ismar de Oliveira Soares – Existe um bacharelado na Universidade Federal de Campina Grande, na PB, que futuramente deverá agregar a licenciatura. Foi iniciada simultaneamente à licenciatura da USP. Há um terceiro curso em formação, já em fase de contratação de professores, na Universidade Estadual de Santa Catarina. Lá está sendo criado um curso à distância de Educomunicação. É uma proposta muita inovadora. Existe um vínculo entre essas propostas e a nossa. A Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) de Assis também anunciou que criará uma licenciatura na área.

Veja a íntegra em www.cidadaodomundo.blog-se.com.br .